quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Lista do Desmatamento ou do Descaramento?


O Ministério do Meio Ambiente divulgou no dia 30 de setembro uma lista contendo o nome dos maiores desmatadores da floresta amazônica.
Todo o nosso apoio, não fosse um detalhe: o MST foi acusado de ser um dos maiores desmatadores por conta de 8 assentamentos, sendo que estes não são coordenados pelo MST...
Pra variar a mídia empresarial brasileira saiu dando a notícia e propagando que o MST é o responsável "por grande parte dos desmatamentos" e que "encabeçava a lista dos desmatadores".
Como a grande mídia não costuma corrigir seus "enganos", decidimos publicar aqui a resposta do MST a esta alegação mentirosa, que mais uma vez visa a defesa do latifúndio e dos grandes proprietários, procurando jogar a opinião pública, carente de meios de comunicação realmente democráticos, contra o MST.

Esclarecimento sobre lista do Ministério do Meio Ambiente
(retirado do sítio internet do MST - 30/09/2008)

1- Nenhum dos oito assentamentos da lista dos maiores devastadores da Amazônia, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, localizados no Mato Grosso, é coordenado pelo MST. A presença de supostos assentamentos na lista dos maiores devastadores da Amazônia é conseqüência da política do governo federal, tanto na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso quanto do presidente Lula, de regularizar a posse de áreas sem critérios adequados para inflar os números da Reforma Agrária.

2- A pilhagem de madeira foi travestida de assentamento, como denunciamos ao lado do Greenpeace, em 2007. Foram criados assentamentos ilegais em benefício de madeireiras na Amazônia Legal. Investigações do MPF (Ministério Público Federal) e do Greenpeace identificaram a falta de laudos e licenciamento ambiental, além de cadastros adulterados, para criação formal dos chamados “assentamentos fantasmas", destinados ao desmatamento de áreas florestais para extração de madeira.

3- A Reforma Agrária está parada em todo o país. Os assentamentos realizados não atacaram o latifúndio e a concentração de terras aumentou no país durante os últimos governos. Cerca de 70% dos assentamentos dos governos FHC e Lula foram criados em terras públicas, por meio da regularização fundiária na região da Amazônia Legal.

4- Participamos da campanha “Desmatamento Zero”, em defesa da Amazônia, ao lado de diversas entidades da sociedade civil. Exigimos a rejeição do Projeto de Lei 6.424/05, do senador Flexa Ribeiro (PSDB), que diminui a área de reserva legal florestal da Amazônia, e a Medida Provisória 422/08, conhecida “PAG (Plano de Aceleração da Grilagem)”, que possibilita a legalização da grilagem na Amazônia.

5- O Ministério do Meio Ambiente deve rejeitar esses projetos devastadores e tomar medidas rígidas para impedir a expansão do agronegócio na Amazônia, que é o principal responsável pelo processo de devastação. Nos últimos cinco meses de 2007, a pilhagem da madeira, a expansão da pecuária e da soja para exportação causaram a devastação de até 7.000 km2, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente.

Coordenação Nacional do MST

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