terça-feira, 13 de janeiro de 2009

CTB rechaça proposta da Fiesp para a crise

Mais uma vez as elites brasileiras tentam atacar os poucos e já extremamente desrespeitados direitos trabalhistas.
Não bastasse o governador de São Paulo apoiar a idéia, que representa o total desastre para os trabalhadores que hoje já têm posição desfavorável em relação aos empregadores, todas as grandes empresas aproveitaram a desculpa da crise pra atacar a CLT.
A demissão dos trabalhadores não é para garantir a continuidade de trabalho das empresas... É pra não diminuir o lucro astronômico, conseguido a custa da exploração destes mesmos trabalhadores, quando as vendas caem. A flexibilização de direitos visa privilegiar somente as empresas, que não terão de se preocupar com encargos trabalhistas, nem com direitos minimos como férias, licença maternidade, recolhimento de FGTS ou INPS, etc., e com isso poderão oferecer o que quiserem como benefícios e pagamento aos trabalhadores, já que não terão nenhum custo ao colocá-los na rua!

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil emitiu uma nota, sobre as propostas do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, transcrita abaixo:

A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) rechaça as propostas apresentadas pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Paulo Skaf, a pretexto de combater a crise, que implicam em redução e flexibilização de direitos. Skaf sugere a redução de jornada com redução de salários, suspensão temporária do contrato de trabalho e banco de horas.

Este cardápio patronal, em particular a redução dos salários, pode agravar a situação, comprimindo o mercado interno e adicionando novas dificuldades à comercialização das mercadorias produzidas pela indústria.

A classe trabalhadora não tem a menor responsabilidade pela crise e não é justo que pague por ela. A recessão exportada pelos EUA decorre das contradições internas do processo de produção capitalista. Se alguém deve pagar pela crise que sejam os ricos capitalistas, que acumularam grandes lucros na fase de expansão do ciclo econômico, principalmente no setor financeiro.

A CTB entende que há outras formas de combater a crise, proclama a necessidade de unidade das centrais, dos partidos progressistas e dos movimentos sociais e orienta as entidades filiadas a mobilizar as bases para lutar em defesa do emprego, dos direitos e conquistas da classe trabalhadora, levantando as seguintes bandeiras:

Redução da jornada de trabalho sem redução de salários

Redução substancial das taxas básicas de juros

Condicionar a concessão de benefícios dos governos às empresas privadas à manutenção do nível de emprego

Mudanças na política econômica, redução do superávit primário, controle do câmbio e do fluxo de capitais e taxação das remessas de lucros

Mais investimentos públicos visando a geração de emprego

Limitação das horas extras

Nenhum direito a menos

Que os ricos paguem pela crise


Wagner Gomes
Presidente da CTB

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