quarta-feira, 17 de setembro de 2008

CARLOS LAMARCA *27/10/37 +17/09/71


Neste dia, em 1971, era assassinado pela repressão da ditadura militar o ex-comandante da Vanguarda Popular Revolucionária e então guerrilheiro do Movimento Revolucionário 8 de Outubro, Carlos Lamarca.
De origem operária, Lamarca quis ser oficial do exército "(...)por entender que as Forças Armadas teriam condições de contribuir para o desenvolvimento e emancipação do meu País. Logo me desiludi!"
Formado pela Escola Militar dos Agulhas Negras, fez parte do contingente que, em 62, integrou as forças da ONU, permanecendo um ano no Egito.
Tinha orientação nacionalista e, servindo em Porto Alegre, acompanhou a resistência de Leonel Brizola ao golpe militar de 31 de março de 1964. Tentou ingressar nas fileiras do Partido Comunista Brasileiro, nunca chegando a efetivar-se. Em 67 foi elevado a capitão, mesmo ano em que estreitou laços com organizações clandestinas que tentavam a via das armas para depor a ditadura, relacionando principalmente com a Aliança Libertadora Nacional e com a Vanguarda Popular Revolucionária.
Por afinidade política aliou à VPR. Em 24 de janeiro de 1969 enviou sua esposa e filh@s para Cuba e desertou do exército levando consigo fuzis, metralhadoras e munição da guarnição de Quitaúna em São Paulo.
Passou mais de dois anos na clandestinidade, elaborando, escrevendo, treinando e participando diretamente de ações de expropriação e sequestros para troca por companheir@s pres@s.
Em 1971, por divergencias com a VPR, ingressou no MR-8 e foi para a Bahia, iniciar o trabalho de guerrilha rural, na cidade de Brotas de Macaúbas. Procurado por todo o país, teve seu paradeiro descoberto em consequência da prisão de companheir@s.
Perseguido, juntamente com o também guerrilheiro José Campos Barreto, passou 20 dias em fuga contra o cerco do exército brasileiro. Quando foram cercados e já se encontravam dominados e sem possibilidade de reagir, foram executados.
Assim como Carlos Marighella, e tant@s outr@s homens e mulheres que se levantaram em armas contra a ditadura militar, não há grandes homenagens "oficiais" a Carlos Lamarca.
Enquanto os ditadores e seus apoiadores são nomes de ruas, praças, viadutos, rodovias, escolas e tudo o mais, em quase todas as cidades do Brasil, o nome d@s vencid@s é apagado da história e, quando lembrado, é ligado a terrorismo, criminalizado, desvalorizado...
Como se os verdadeiros criminosos não fossem aqueles que depuseram um presidente democráticamente eleito; tiraram tudo do povo brasileiro, sucatearam a saúde, a educação, a cultura; prenderam, torturaram e mataram; e entregaram as nossas riquezas ao imperialismo estadounidense!

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