segunda-feira, 3 de novembro de 2008

5º Marcha da Consciência Negra

Dia 20 de novembro "comemora-se" o Dia da Consciência Negra. "comemora-se" porque antes de mais nada é um dia de luta, de reivindicação!
Num país onde o preconceito racial ainda é tão forte, infelizmente não há muito a festejar.
Milhões de crianças, jovens e idosos, homens e mulheres, sofrem todos os dias com segregação racial direta, em locais de trabalho, de lazer, de convívio social, em espaços públicos de convívio ou de prestação de serviços, em ações policiais, ou em formas mais sutís, mas não menos graves, como jornais, revistas, programas de rádio ou tv.
Há também o confronto nas afirmações políticas de inclusão e minimização da situação de exclusão d@s negr@s no país. A exemplo, as cotas nas universidades são temática diária de programas de debate em rádios, sempre com posicionamento desfavorável. Ora, embora seja insuficiente e não devesse ser necessária, a Lei de Cotas nas Universidades conseguiu minimamente desmontar uma lógica destrutiva de exclusão da educação, que vem desde a escola pública, contra @s negr@s.
Como dito no filme Uma Onda No Ar, "a Lei Aurea foi assinada a lápis", nunca tendo @s negr@s sido tratad@s com dignidade ou tido seus direitos reconhecidos e respeitados, pela sociedade e seus governantes. Embora "livres", @s ex-escrav@s e seus descendentes não podiam viver de acordo com suas crenças e coustumes, foram expuls@s das cidades e vilas, não podiam ser proprietári@s de terras ou qualquer outra coisa, não podiam aprender a ler ou escrever e não eram contratad@s para trabalhar nas fazendas ou engenhos. Por medo de uma rebelião d@s negr@s contra estas desumanidades, os governantes e a sociedade branca mandavam destruir quilombos ou outras moradias, destruir suas plantações, caçar e matar @s negr@s.
Até hoje os costumes daquela época vêm sendo reafirmados em práticas "simples" como dizer que @s negr@s são preguiços@s ou têm tendência ao crime, afirmações que remontam à época da escravidão quando, tentando resistir o opressão escravocrata e por esgotamento, el@s faziam os trabalhos de forma lenta ou errada, ou, tentando sobreviver, roubavam um pouco de comida, ou ainda, para fugir, matavam o senhor de engenho ou o capataz.
Seguindo a ideologia escravocrata até hoje, essas afirmações tentam justificar as injustiças e os crimes cometidos contra @s afrodescendentes, pela sociedade e pelo Estado capitalista.
Portanto o momento pede muito mais que festejos, pede luta!!!
Convidamos, então, à tod@s para participar da 5ª MARCHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, que será realizada nesta quinta-feira, 20 de novembro, na Avenida Paulista.

Confira a programação:
10:00 HS - Concentração no Vão Livre do Masp
Atividades Culturais: Samba, Hip Hop, Capoeira, Maracatu e Outros;
13:00 HS - Culto Intereligioso e Ato Político;
14:00 HS - Caminhada até o Teatro Municipal de São Paulo;
17:00 HS - Encerramento da V Marcha da Consciência Negra.

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