quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Outra Versão é Preciso

Quem assistiu na segunda-feira, 2 de fevereiro, ao confronto entre moradores de Paraisópolis e PM de São Paulo, em geral não entendeu muita coisa.
A mídia empresarial é incapaz de dar uma notícia completa ou ser imparcial por não saber o que ocorre. As opiniões preconceituosase comentários pérfidos estão sempre lá.
E como, infelizmente, não temos muitos outros meios pra nos (des)informar, resta-nos tentar interpretar a partir do que vemos, desconsiderando a "voz" dos "jornalistas".
Mas algumas pessoas ainda tentam passar mais uma versão, do outro lado, e não poderíamos deixar de colocá-la aqui.
Ferréz, em seu blog pessoal, (http://ferrez.blogspot.com/) publicou um artigo dele e uma nota da União de Moradores de Paraisópolis, que contesta a versão midiatica de que o confronto tenha se dado por conta da "morte de um foragido em confronto com a polícia".

Segue aqui:

Arruaça é a Puta Que o Pariu.
(por Ferréz)

O jornalismo canalha não para.
Expõe protesto como arruaça, como bagunça, e em nenhum canal, em nenhum jornal explicaram que tudo começou por um atropelamento.
Paraisópolis não pode se manifestar, manifesto é ter trailer lotado de gente fantasiada na Paulista.
Paraisópolis não pode achar ruim de ter mais um menino morto por causa de uma simples lombada ou um sinal, tá faltando farol em São Paulo? Acho que não, vai pro Jardins, vai pro alto de Pinheiros e você vai ver onde eles se concentram, para evitar que o boy, com a cara cheia de álcool, coca, maconha, volte da balada e corra algum risco.
Aqui, pancada, rojão, pneu queimado, tudo isso pra mostrar pro estado porco que a gente dá valor pra uma vida. Fotos, fontes, notícia quente, e nenhum morador falando, só as cenas de confronto, quando os robocops chegaram, com medo... medo sim, de que os favelados fossem para o vizinho, famoso "Morumby".
Num esquenta "ortoridade", que ninguém ainda se tocou que devia querer mais, dessa vez passa batido, só querem um farol.

Abaixo, carta da União de Moradores de Paraisópolis.
Os moradores da comunidade de Paraisópolis enfrentaram nesta segunda-feira, 2 de fevereiro, um dia marcado pela irracionalidade. Carros queimados, bombas e tiros trocados impediram que trabalhadores saissem de suas casas e crianças voltassem de suas escolas. Milhares de vidas foram colocadas sob um imenso risco. A União dos Moradores lutará com todas as suas forças para que essas cenas nunca mais voltem a se repetir em frente as nossas casas e ao lado de nossos filhos!

Gilson Rodrigues - Presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis

PS: vamos usar os nossos canais de informação para isso, para mostrar o outro lado dos acontecimentos, essa é a grande vantagem dos blogs.

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