domingo, 8 de março de 2009

Mulher

por Elânia Lima


Maria acompanhou Guilherme até o portão.

- Bom trabalho, até a noite, Guí.

A casa estava uma bagunça, ela teria muito trabalho aquele dia. Lavou a louça, fez a comida, passou a roupa e cuidou do bebê. Mais tarde, telefonou para uma amiga, conversaram sobre a novela e as roupas bonitas das atrizes.

Enquanto isso, ele guiava seu carro pela rua, aproveitou o caminho e passou num lava-rápido, depois seguiu para o trabalho. Aquele dia foi realmente estressante, Guilherme havia enfim conseguido terminar a construção do prédio, ele estava a semanas quebrando a cabeça naquele projeto. No fim do dia pôde jogar seu sagrado futebol com os amigos.

Maria, aproveitando-se da demora de Guilherme para chegar em casa, cuidou de preparar o jantar, arrumou a mesa e até colocou flores para enfeitar. Mas quando ela já havia avistado a presença de Guilherme eis a decepção.

- Guí, já chega de brincar... É hora de entrar e tomar banho, amanhã você tem aula cedo!

_ Ah, mãe!

E à Maria só restou dizer:

- Amanhã agente brinca mais, Guí!

Já dizia Simone de Beauvoir: “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”.

Desde pequenas muitas crianças são educadas de uma forma que tende a repetir um modelo de sociedade machista, que infelizmente, impera no mundo.

As meninas ganham bonecas, jogos de cozinha, mini-maquiagens e barbies, que mostram a elas, ainda que implicitamente, um “lugar” na sociedade que é o de dona-do-lar e princesa, isso se torna uma espécie de “curso de preparação para a vida adulta”. Da mesma forma, os meninos ganham mini-ferramentas, bola, carrinhos, que mostram que o homem deve ser aquele que sai de casa para buscar o sustento da família.

A divisão de tarefas na brincadeira é nítida, às meninas cabe a tarefa de cuidar da casinha, enquanto os meninos jogam bola ou guiam seus carros pelas ruas.

Nesse dia 08 de março, varias bandeiras de luta são levantadas e quem pensa que esta é uma questão feminina, está enganado. O feminismo não deve ser visto como o “machismo feminino”, mas sim como um movimento que busca a igualdade de direitos.

Não se quer com esse movimento, introduzir o universo feminino no universo masculino, mas nós, homens e mulheres, buscamos um universo onde todos sejamos iguais em direitos.

Um comentário:

Rose disse...

Eu ensinei esta a escrever rsrsr bjinho..