terça-feira, 24 de março de 2009

Grande Ato dos Trabalhadores da Cultura em Luta

por Kléber Luis

Por uma política pública de cultura mais justa! MANIFESTEM-SE!!!‏

- Nós não vamos pagar pela crise! Chega de dinheiro para os banqueiros! Dinheiro público para o interesse público: Emprego, Educação, Saúde, Cultura, Esporte, Moradia!

- Pelo fim da Lei Rouanet! Basta de privatização da Cultura! Verbas públicas para políticas públicas de cultura!

- Pela imediata implantação da lei que institui o projeto “Prêmio Teatro Brasileiro”!

- Descongelamento já dos 75% do orçamento da União para o Ministério da Cultura!

- Pela transformação do projeto “Lei de Fomento para o Teatro Brasileiro” em lei extensiva às outras áreas artísticas (artes plásticas, música, literatura e cinema) e o encaminhamento através do executivo deste projeto como um projeto de governo com uma dotação orçamentária própria!

- No âmbito estadual: pela a retomada imediata da discussão e encaminhamento da lei do Fundo Estadual de Arte e Cultura.

- No âmbito municipal: pela ampliação da lei de Fomento ao Teatro e a extensão dela para outras áreas artísticas – com dotação orçamentária incluída na lei.

Compareça!
Dia 26 de Março, às 14h
em frente à FUNARTE (São Paulo)
Al. Nothmann, 1058 - Santa Cecília (próximo ao metrô Barra Funda)

Clique no link abaixo para ler a Carta Aberta deste movimento entregue ao Ministro da Cultura, Juca Ferreira, no dia 20 de Março.
http://www.fiari.blogspot.com


"Privatizaram sua vida, seu trabalho,
sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente,
seu pão e seu salário. E agora não contente querem
privatizar o conhecimento, a sabedoria,
o pensamento, que só à humanidade pertence."

Bertolt Brecht

Um comentário:

Anônimo disse...

Site Cultura e Mercado.
http://www.culturaemercado.com.br/post/existe-relevancia-cultural-sim/

Existe relevância cultural sim!
Carlos Henrique Machado Freitas 27 março 2009

Vejam o perigo em que estamos nos jogando! Vejam o abismo em que a arte e a cultura brasileira estão sendo jogadas! O excesso de subjetividade sempre foi o argumento usado pelos neoliberais para usar e abusar de suas falácias rumo a um expansionismo descarado. Então, vamos ao seguinte: o Ministério da Cultura tem sim, autoridade para determinar o que é bom ou ruim para a cultura brasileira.

O Ministério da Cultura do Brasil é uma conquista da sociedade, criticá-lo, aplaudi-lo faz parte do jogo democrático, mas desautorizá-lo é golpear a instituição, mais que isso, é rasgar a constituição. Vamos devagar com este andor!
Há um cenário gritante, vergonhoso que desautoriza qualquer arte honesta em prol de toda forma de desonestidade no meio cultural. Corredores, panelas, verdadeiras arquiteturas de convenções e convênios entre pares políticos, sociais e empresariais, em muitos casos constituindo-se em “Empreiteiras Culturais”, entupidas até o pescoço dentro desse manancial de dinheiro fácil e farto que virou a Lei Rouanet. Gente que nunca teve ligação com arte e com a cultura, agora se apresenta como Midas para artistas e comunidades inteiras. Isso virou uma imoralidade escrachada, como tantas que o estupro neoliberal causou à arte brasileira.

Este profissionalismo propalado por muitos é uma mentira, não existe absolutamente nada estruturado em mercado cultural. Os neoliberais prometem o mercado de arte, de cultura, de entretenimento, mentira! Escolhe meia-dúzia para aperfeiçoar seus lucros. Esse é o jogo dos neoliberais, lucro e dominação.

Quando querem associar essa mistificação de que o mercado neoliberal está em prol do artista, digo com toda a certeza, nada pode ser mais usurpador, mitificador e indigno para o artista do que o conceito neoliberal em arte, pois, com a lei como estava transformaram-se em agiotas com o dinheiro público. Verdadeiros canastrões.

Quem me disse? A história recente das artes brasileiras. Somam-se pilhas e pilas de vidas trágicas de grandes talentos com relevância cultural sim, fundamentais ao país, e que levaram cusparada do mercado, foram surrados pela espoliação, pela ganância, pela arrogância, pelo interesse vil, tudo debaixo de nossas barbas. E, quando viram o manancial de recursos públicos saídos do suor de cada brasileiro, esses vampiros, com suas antigas presas secas e seus bons mocismos, beberam o sangue de toda a população.

Não aceito esse jogo. Querem que eu dê um bom motivo do que é relevante culturalmente? Pois bem, Cartola, um dos gênios da nossa música, marginalizado pelo mercado neoliberal estava na sarjeta como tantos outros fantásticos músicos no Brasil, ele se encontrava lavando carros e trabalhando como porteiro de prédio, quando alguém o encontrou e disse textualmente, que um artista com aquela RELEVANCIA CULTURAL não poderia estar naquelas condições. Então, a “Seguradora Marcus Pereira” decidiu gravar o seu disco, uma maravilha de relevância cultural, absolutamente explícita, transparente, incontestável e, mais do que isso, a obra de Cartola torna-se a cada dia mais relevante para o Brasil.

Se formos por esse perigoso caminho, já já tentaremos provar à sociedade que arte, cultura, expressões fundamentais não têm qualquer relevância. E podemos traçar um paralelo com a feliz frase de Ferreira Gullar “Se tudo é arte nada é arte”.

Esse leque propositadamente aberto que se joga no ar de que não há relevância em artes, interessa tão somente a uma visão mercadológica, pois ao mundo da arte não interessa, muito menos à cultura brasileira.

Toda crítica, se fundamentada, é muito bem-vinda. No entanto, jogar na fogueira da dúvida conceitual é jogar no perigoso caminho da desqualificação de todo o sentido da cultura. E, para que a cultura seja forte e representativa, o Ministério da Cultura do Brasil terá também que ser forte e representativo. E assim o será, cada vez mais, se a sociedade, de forma conseqüente, criticar concretamente os seus erros e apoiar, com a mesma intensidade, os seus acertos.

É transparente a boa intenção nesta proposta que tanto sonhamos de mudança das regras da Lei de Incentivo à Cultura Brasileira, a de caminhar para um sentido mais democrático e, consequentemente, infinitamente mais produtivo para todo o cenário da cultura.

Quando caímos na esparrela do questionamento sobre alguns aspectos como este, “relevância cultural”, na verdade, desautorizamos profissionais da arte, técnicos da cultura e, até mesmo, a tentativa de se construir alguma coisa solidificada, palpável, contínua.

Se desautorizarmos o Ministério da Cultura, se tirarmos dele o peso político das questões culturais do Brasil, cometeremos um suicídio. A crítica pontual, cirúrgica é bem-vinda, a generalização é uma mistificação perigosa. Não podemos agir como franco-atiradores a metralhar a instituição mais representativa da cultura brasileira.

Repito, estão aqui os meus textos pra quem quiser ler as inúmeras críticas que fiz à imobilidade do ministério na condução de políticas concretas tanto do ministro Gil, quanto de Juca, na mesma monta em que criticava todo esse sórdido jogo de confinamento em que a cultura brasileira foi jogada aos interesses do setor privado e seus irresponsáveis padrões de escolhas através de jogo político e interesses meramente publicitários.

Vamos caminhar com a responsabilidade crítica que é a nossa arma de construção do fortalecimento das instituições que efetivamente nos representam, pela força de nossas escolhas democraticamente constituídas pela sociedade.

Reforço aqui o meu aplauso ao Ministério da Cultura, na figura do ministro Juca Ferreira, a quem fiz inúmeras críticas exigindo mudanças, mas que agora tenho que apóia-lo por dar à sociedade respostas concretas, com a reforma da Lei Rouanet, tão desejada pela grande maioria das pessoas envolvidas com cultura em todo o Brasil.

A busca por qualquer construção deve obedecer a um mínimo de critério, pois do contrário, não sairá do lugar e tudo o que se fizer em torno da cultura não terá validade.